14 de abril de 2012

Prevenindo a obesidade

Gosto muito de ler os relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS) porque eles me mostram como anda o perfil nutricional das pessoas em todos os países e o risco que elas correm para contrair determinadas doenças. Um dos relatórios alertou para uma epidemia mundial de obesidade no meio deste século. Trabalhos recentes de pesquisadores brasileiros confirmaram que nossos jovens estão bem acima do peso ideal e que daqui a alguns anos seremos um país de obesos e como conseqüência natural, iremos gastar muito mais com a saúde.

Na contramão de todas as estatísticas estão os orientais, que são os que gastam menos com tratamentos de saúde, têm a menor taxa de obesidade e a maior expectativa de vida. A dieta dos orientais é rica em soja, peixes e vegetais. Eles evitam comer pão, biscoitos, queijos, molhos industrializados e gordura animal, tudo o que nós ocidentais adoramos! As porções dos alimentos são menores, servidas em pratos pequenos e cada refeição é um ritual. Eles se alimentam calmamente para não comerem em excesso, enquanto que os brasileiros devoram um prato de cheio de carne em minutos.

Nós perdemos muito tempo diante do fogão. Abusamos das frituras, do arroz, da massa, dos temperos prontos e não sabemos viver sem o queijo. Mal terminamos de comer já estamos pensando na sobremesa, que geralmente é rica em açúcar e gordura hidrogenada. A cozinha oriental é rápida, simples, com alimentos frescos e não processada. Eles fazem somente as três principais refeições e entre elas costumam beber chá em vez de refrigerantes.

Eles têm o saudável hábito de cozinhar no vapor, grelhar ou refogar em fogo baixo. De acordo com a OMS a dieta contém pouca carne, açúcar, gordura hidrogenada, gordura animal e manteiga. Apesar de gostarem de doces, as porções são menores, têm pouco açúcar, não levam creme de leite nem margarina e os doces mais populares são os de feijão, alga, gelatina e farinha de arroz. Se comermos muitos doces e alimentos gordurosos na infância esse hábito irá continuar na idade adulta. Temos muito ainda que aprender com essas civilizações milenares.

Somos um país privilegiado, temos tudo para prevenir uma epidemia de obesidade. Muita fruta, verduras, legumes, nossa costa é enorme, com todos os tipos de animais marinhos. Apesar de termos frutas em abundância a maioria das crianças vai para a escola com um saco de biscoito, sanduíche de queijo, barrinha de cereais, danoninho, achocolatado e raramente levam frutas frescas. Precisamos valorizar nossas frutas, nossos peixes e deixar de lado essa mania de se entupir de frituras e carne vermelha em casa e nas churrascarias. Educar é também ensinar a comer de maneira saudável. Os orientais passam esses ensinamentos de geração para geração e os que migram para outros países e perdem o costume alimentar milenar, geralmente se tornam obesos.

Já está na hora de nos preocuparmos em mudar o estilo de vida e ensinar as crianças a se alimentarem direito, para que não se tornem adultos dependentes de medicamentos para emagrecer. Os países da Europa e os EUA são contrários aos medicamentos inibidores de apetite, porque além de trazerem problemas para a saúde eles causam dependência e evitam que as pessoas adotem hábitos alimentares saudáveis e mudem o estilo de vida. Quem depende destes medicamentos tem um ganho de peso muito maior quando para de consumi-los. A melhor terapia para a obesidade é o exercício físico e a dieta. Precisamos começar agora a prevenir a obesidade na infância! Ainda dá tempo de termos uma geração saudável na metade deste século, basta começar agora a ensinar a comer de maneira saudável em casa, nos colégios e usar os meios de comunicação para alertar sobre os alimentos que curam e os que adoecem as pessoas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário