16 de abril de 2012

Alimentos que viciam

Algumas pessoas se queixam que não conseguem ficar sem consumir alguns alimentos e por este motivo não emagrecem. Na verdade os alimentos que causam mais prazer e trazem mais energia são os que mais viciam e engordam. Um deles é o chocolate, por ter feniletilamina e teobromina causa euforia, aumenta a freqüência cardíaca e a pessoa fica viciada nestes sintomas.
O maior problema é a glicose, por ser o mais importante carboidrato da dieta absorvido pala corrente sanguínea e o principal combustível para a fabricação de energia. Toda energia proveniente da oxidação dos carboidratos disponíveis no sangue é usada para as todas as funções do organismo. Algumas vezes ela pode ser convertida a outros carboidratos que desempenham funções semelhantes como o glicogênio para ser armazenada no fígado, neste caso ela será usada quando não tiver glicose disponível circulante. É uma verdadeira dispensa de glicose para quem faz atividade física! Outra forma de armazenamento é o triacliglicerol ( também conhecido como gordura), que são ésteres de do álcool glicerol e ácidos graxos.

O nome álcool diz tudo. Quem come muito alimento rico em açúcar acaba ficando viciado na euforia que ele dá no início e em seguida tem uma queda de energia. É semelhante ao que ocorre quando a pessoa bebe uma bebida com álcool. Eu costumo dizer que a melhor maneira de se livrar do vício dos alimentos que contenham açúcar ou carboidrato simples, como farinha de trigo refinada (que é quase a mesma coisa) é se controlar e ficar sem consumir um bom tempo. Se o alcoólatra para parar de beber tem que parar com o álcool, o glicólatra tem que fazer o mesmo! Não adianta tentar substituir por barrinhas de cereais diet, balas e chicletes diet, porque esses “falsos doces” deixam o cérebro viciados no sabor. O melhor mesmo é comer direito e alimentos que não contenham tantos carboidratos de absorção rápida!

15 de abril de 2012

Semente de Linhaça. Boa para tudo!

Também conhecida como semente do linho, a linhaça, há muitos anos tinha vários usos, inclusive para fabricar tintas, mas depois que ganhou fama de alimento saudável as pessoas passaram a consumir a sua semente diariamente.
A semente de linhaça é uma das maiores fontes de um um composto chamado lignana. Este composto é considerado um fitohormonio, atua nos mesmos locais que o estrogenio, bloqueando seus efeitos proliferativos. Este é o motivo pelo qual as mulheres que costumam comer regularmente semente de linhaça, não têm queixas de tensão pre menstrual.
No seu interior ela guarda um óleo muito rico em gordura polinsaturada, da série omega-3, que limita no nosso organismo a produção de substâncias químicas chamadas prostaglandinas pró inflamatórias, responsáveis pela inflamação. Este é um óleo essencial que nosso organismo não consegue produzir. Esses óleos ajudam a regular a circulação sanguínea, o sistema imunológico, as conexões entre os neuronios e tem propriedades antiinflamatória e antiaterogenica.
Os oftalmologista atualmente estão usando o óleo de linhaça para tratar olho seco e para prevenir doenças da retina. Além de vitaminas lipossolúveis, como a vitamina E, ela também é fonte de fitoesteróis. Por terem uma estrutura muito semelhante ao colesterol eles impedem que o colesterol seja absorvido no intestino o que aumenta a sua excreção pelas fezes. Além disso a semente é rica em fibras, que melhoram o funcionamento do intestino e ajuda a equilibrar os níveis de açúcar e colesterol no sangue .
A linhaça pode ser marrom ou dourada, as condições de cultivo e clima é que alteram a sua coloração. No Brasil e na região do Mediterrâneo encontramos mais facilmente a marrom, que tem a casca mais rígida e um sabor mais amargo. Quando triturada pode ser usada em sucos, em frutas, adicionadas a sopas, pures, saladas, farofa, o que a imaginação permitir. O mais importante é aproveitar os seus benefícios e passar a consumir pelo menos 2 colheres de sopas todos os dias.


A Genética do Diabetes

A Genética do Diabetes

Provavelmente você desejou saber como adquiriu diabetes. Você pode estar preocupada se seus filhos também terão. Ao contrário de algumas características, o diabetes não parece ser herdado em um padrão simples. Contudo, claramente algumas pessoas já nascem com predisposição para desenvolver a doença.

O que leva a ter diabetes?

As causas para o diabetes tipo 1 e tipo 2 são diferentes. Ainda assim, dois fatores são importantes em ambos. Primeiro, você deve ter herdado uma predisposição para a doença. Segundo, alguma coisa no seu meio ambiente deve ter ativado o diabetes. Somente os genes não são suficientes. Uma prova disto são irmãos gêmeos idênticos. Irmãos gêmeos idênticos têm genes idênticos. Contudo, quando um gêmeo tem diabetes tipo 1, o outro adquire a doença quase na metade das vezes. Quando um gêmeo tem diabetes tipo 2, o risco do outro é na maioria das vezes de 3 em 4.

Diabetes Tipo 1

Na maioria dos casos de diabetes tipo 1, as pessoas precisam herdar os fatores de risco dos pais. Nós entendemos que estes fatores são mais comuns entre os brancos porque estes têm a maior taxa de diabetes tipo 1. Como a maioria das pessoas em risco de adquirir diabetes não têm a doença, pesquisadores querem descobrir qual a influência do meio ambiente para o aparecimento da mesma.

O diabetes tipo 1 desenvolve com mais freqüência no inverno e é mais comum em lugares de clima frio. Outro fator, responsável pelo para desencadear o diabetes pode ser um vírus. Talvez um vírus, de efeitos moderados na maioria das pessoas, pode ativar o diabetes tipo 1 em outras.

Uma dieta logo no início do nascimento pode ter uma participação. O diabetes tipo 1 é menos comum em pessoas que foram amamentadas e naquelas que se alimentaram de alimentos sólidos mais tarde.

Em muitas pessoas, o desenvolvimento do diabetes tipo 1 parece demorar muitos anos. Em experimentos que seguiram parentes de diabéticos tipo 1, pesquisadores descobriram que a maioria daqueles que tiveram diabete em idade mais avançada, tinham certamente auto-anticorpos no sangue por muitos anos antes. (Auto -Anticorpos são anticorpos “que deram errados”, os quais atacam os próprios tecidos do corpo).

Diabetes Tipo 2

O diabetes tipo 2 tem bases genéticas mais fortes que o diabetes tipo 1, mas ainda assim depende mais de fatores ambientais. Parece confuso? O que acontece é que o histórico familiar de diabetes tipo 2 é um dos fatores de risco mais forte para se adquirir a doença.

Americanos e Europeus comem muita comida com gordura e com pouquíssimo carboidrato e fibra, e praticam poucos exercícios. O diabetes tipo 2 é comum em pessoas com esses hábitos. Nos Estados Unidos, os grupos étnicos com maior risco de adquirir a doença são os Afros Americanos, Mexicanos Americanos, e os Índios.

Outro fator de risco para adquirir diabetes tipo 2 é a obesidade. A obesidade é mais arriscada para os jovens e para pessoas que têm sido obesas por um longo tempo.

O diabetes gestacional é mais um quebra-cabeça. Mulheres que adquirem diabetes durante a gravidez têm provavelmente um histórico familiar de diabetes, especialmente pelo lado materno. Mas como em outras formas de diabetes, fatores não genéticos têm certa influência. Mães de idade mais avançada e mulheres acima do peso têm mais propensão a adquirir diabetes gestacional.

Diabetes Tipo 1: o risco do seu filho

Em geral, se você é um homem com diabetes tipo 1, o risco de seu filho adquirir diabetes é de 1 em 17. Se você é uma mulher com diabetes tipo 1 e seu filho nasceu antes de você ter 25 anos, o risco dele adquirir diabetes é 1 em 25; se seu filho nasceu depois que você completou 25, o risco dele é de 1 em 100.

O risco de seu filho é dobrado se você desenvolveu diabetes antes dos 11 anos. Se você e seu marido têm diabetes tipo 1, o risco fica entre 1 em 10 e 1 em 4.

Existe um teste que pode ser feito para crianças que têm irmãos com diabetes tipo 1. Este teste mede os anticorpos para insulina, para ilhotas de células no pâncreas, ou para uma enzima chamada

Ácido glutâmico descarboxilase. Altos níveis podem indicar que uma criança tem altos riscos de desenvolver diabetes tipo 1.

Diabetes Tipo 2: o risco de seu filho

Diabetes tipo 2 ocorre nas famílias. Em parte, essa tendência se deve porque as crianças aprendem maus hábitos de seus pais, por exemplo, comer mal, e não se exercitar. Então há também uma base genética.

Em geral, se você tem diabetes tipo 2, o risco de seu filho adquirir diabetes é 1 em 7, se você foi diagnosticada antes dos 50 anos, e 1 em 13 se você foi diagnosticada depois dos 50.

Alguns cientistas acreditam que o risco de uma criança adquirir diabetes é maior quando é a mãe que tem diabetes tipo 2. Se ambos, você e seu companheiro têm diabetes tipo 2, o risco de seu filho é cerca de 1 em 2.

O que é “Em Risco?”

Estimativas de risco são as melhores suposições dos cientistas. Eles podem estar errados. As estimativas de risco lidam com probabilidades, não lidam com certezas.

Isso significa, que você pode adquirir a doença apesar de ter um risco baixo ou você pode não adquirir a doença apesar de ter um alto risco. Por exemplo, fumantes têm um alto risco de câncer no pulmão, mas alguns fumantes nunca têm câncer.

Esses fatores significam que seus filhos podem ter diabetes ainda que o risco deles adquirirem a doença seja baixo. A média entre americanos com chance de adquirir diabetes tipo 1 é de 1 em 100 e 1 em 9 de adquirir diabetes tipo 2. Mesmo que o risco de seu filho adquirir diabetes não seja maior que de outra criança, ele ou ela poderá assim mesmo adquirir a doença.

Fonte: American Diabetes Association (ADA)

Maracujá, o calmante brasileiro

Maracujá, o calmante brasileiro
Quem não conhece alguma pessoa que usa medicamentos para ansiedade, para dormir ou para depressão? É raro encontrar pessoas que não fazem uso de alguns desses medicamentos. Antigamente a solução para esses males, era caseira e o maracujá era o remédio mais indicado.
O maracujá é um fruto perene, fácil de plantar e de safra praticamente ininterrupta no nordeste e nas regiões mais quentes. Na região sul, a época de maior oferta vai de fevereiro a maio e nada melhor do que aproveitar este momento para saborear esta deliciosa fruta brasileira.
Quando os espanhóis exploravam a America do Sul, eles descobriram que os índios usavam a folha do maracujazeiro como sedativo. O nome maracujá (maracuya) é indígena e quer dizer “alimento na cuia”, mas logo foi batizada de “passionfruit”, “fruto da paixão,” pelos missionários católicos, porque as flores eram semelhantes a símbolos religiosos.
O sulco da polpa gelatinosa, tão apreciado para preparar sucos, é uma boa fonte de vitamina A e C, fósforo, cálcio e potássio e toda mãe sabe que ele é também um excelente calmante. Nada melhor do que um copo de suco de maracujá para fazer uma criança hiperativa dormir como um anjo. O responsável por este efeito tranqüilizante, cientificamente comprovado, é a passiflorina encontrada nas folhas e na polpa, que tem ação semelhante aos benzodiazepínicos usados para induzir o sono e controlar a ansiedade. Ela tem um efeito sedativo sobre o sistema nervoso central, diminui a pressão arterial e é também um diurético leve. Como a casca é grossa a polpa fica bem protegida dos agrotóxicos, o que rende bons sucos, sorvetes, doces, musses, geléias, molhos, caipirinhas e tudo o que a imaginação permitir.
A semente também é um vermífugo natural e pode ser ingerida com suco da polpa triturada com água no liquidificador. Ela não deve ser consumida por pessoas que tenham doença diverticular.
Quem não gostar do suco pode preparar o chá com a folha do maracujá que vai obter o mesmo efeito tranqüilizante. Como todo medicamento, ele deve ser usado com moderação principalmente porque pode abaixar a pressão nas pessoas mais sensíveis.
Aquela parte branca que fica aderida na casca é outro medicamento milagroso para os diabéticos. Sabemos que a suplementação de dieta com fibras solúveis é uma importante medida terapêutica no tratamento de pessoas diabéticas e obesas. Pesquisadores brasileiros demonstraram que a farinha obtida da casca tostada e moída, por ser rica em pectina que se transforma num gel no intestino, é capaz de controlar a glicemia e aumentar a sensação de saciedade.
Como se não bastasse tantas propriedades, a crisina, um antioxidante encontrado no maracujá, ajuda a aumentar os níveis de testosterona, sendo indicada para aumentar a libido em ambos os sexos. Em resumo, essa fruta acalma e incendeia!

Problemas para dormir?

Este é um sintoma frequente principalmente entre as mulheres. A insônia é uma alteração do sono caracterizada por dificuldade de iniciar o sono. As estratégias para "fazer o sono chegar" variam de, desde banho morno, leite morno, ler um livro, ligar a televisão, responder mensagens no computador e a pessoa acaba criando uma rotina noturna e ficando cada vez mais ansiosa.
As causas de insônia são muitas, principalmente o estresse que mantém os níveis de cortisol elevados no sangue e nos impede de relaxar. Entre as mulheres os desequilíbrios hormonais , com ondas de calor frequentes as impede de dormir e interrompe o sono várias vezes durante a noite. De maneira geral, a causa mais comum, está relacionada com o estilo de vida e os hábitos alimentares.
O estresse crônico, como já falei gera ansiedade e um pensamento voltado para resolver o problema, com isso o cérebro não relaxa. O consumo excessivo de pimenta, mostarda, noz moscada, cafeína, refrigerantes, chá preto, chá verde e chocolate também influenciam no padrão do sono porque estes alimentos contém substâncias que aumentam os níveis de catecolaminas no sangue( substâncias estimulantes que nos mantém ativos). Alguns medicamentos também nos ajudam a manter acordados, entre eles os diuréticos, medicamentos para asma, alguns anti hipertensivos e antidepressivos. Por isso temos que ter uma estratégia.
As ervas são bons aliados e eu recomendo beber um chá de camomila ou maracujá no jantar, e esquecer os refrigerantes. Tente não beber nenhuma bebida com cafeína depois das 16 horas, nem chocolate. Evite também deitar com o estômago muito cheio ou com fome. Coma sempre uma salada com bastante alface, nozes ou castanha e azeite. As raízes contêm os minerais que ajudam o nosso corpo a relaxar. Portanto uma batata, ou inhame, ou batata doce, ajudam muito no cardápio noturno. A banana é fonte de triptofano, se gostar de fazer um lanche à noite, coma sempre uma banana assada e coloque uma colher de aveia ou, se tiver problemas com as ondas de calor noturna, pode colocar 1 colher de sopa de soja em pó. Além de melhorar estes sintomas, o sono vai chegar mais rápido e o intestino vai funcionar muito bem no dia seguinte.
Eu também tenho uma receita para os insones: Bata no liquidificador 1 colher sopa de semente de linhaça, 4 amendoas, 1 colher de sopa de semente de abóbora, 1 colher de chá de mel, com leite de soja ou se preferir, com água. Uma hora antes de dormir dê uma amornada nesta mistura e beba. Voce estará aumentando os níveis de serotonina no cérebro e o sono vai chegar mais rápido.
Como podem ver, eu também tenho uma receita!

14 de abril de 2012

Flora intestinal e as doença

Cada dia me convenço mais que as alterações e disturbios da flora intestinal estão associadas com várias doenças fora do trato gastrointestinal. Em doenças como fibromialgia, síndrome da fadiga cronica, alergias, rinite, cistite de repetição, artrite, dermatite e até asma, devemos, além de fazer uma extensiva história clínica, valorizar os hábitos alimentares e prestar mais atenção ao funcionamento do intestino, à digestão e aos sintomas gastrointestinais que estas pessoas apresentam.
Todas as doenças inflamatórias intestinais são profundamente influenciadas por uma flora intestinal desequilibrada, daí a necessidade de manter sempre uma flora saudável no intestino. Excesso de gases, desconforto gástrico, ou sensação de estomago cheio, prisão de ventre ou diarréia de repetição, são sinais que alguma coisa está errada com a flora do intestino. As bactérias comensais probióticas, que habitam um intestino saudável competem com as patogenicas (as que podem trazer doenças), modulam o sistema imune, produzem energia e equilibram a fermentação.
A palavra probiótica é derivada do grego e significa "para a vida". Ela foi usada pela primeira vez em 1965 em oposição ao termo antibiótico. Mais tarde foi definida a preparação probiótica, que deveria ter microrganismos em número suficientes para modificar a flora intestinal alterada. Um probiótico tem que ser de origem humana, não ser patogenico, ser resistente aos ácidos gástricos e biliares, aderir ao epitélio intestinal , ser capaz de colonizar o sistema gastrointestinal, mesmo que seja por um curto período, e trazer benefícios para o organismo. As bactérias probióticas mais comuns são os lactobacilos, as bifidobacterias e os saccharomyces. A suplementação probiótica tem se mostrado eficaz no tratamento de diarréias, inclusive as virais e a do viajante, na prevenção de alguns tipos de câncer, do H. pylori e na melhora dos sintomas da enterocolite necrotizante, e das doenças inflamatórias intestinais, porque ajudam a combater a inflamação e a restabelecer a flora. Nas crianças a suplementação probiótica é útil para prevenir as dermatites atópicas , a seborreica e as otites de repetição porque ajuda a coriigir um dos fatores responsáveis por estas doenças, que é a permeabilidade intestinal.

Nutrição em Câncer

Muitas pessoas me perguntam se tem alguma alimentação ou quais os alimentos mais indicados para quem está fazendo quimioterapia e radioterapia. Para o paciente oncológico sem complicação a via oral é a mais indicada, é a que possibilita um manejo mais fácil tanto no volume quanto na adequação individualizada da dieta. Quem está fazendo tratamento com quimioterápicos ou radioterapia, pode se queixar de mudanças no paladar, inflamações da mucosa da boca (aftas), diminuição da salivação, dor durante a deglutição e algumas pessoas têm dificuldade de deglutir os alimentos, além das já famosas alterações gastrointestinais, náuseas e vômitos. Se levarmos em consideração que nem todos os pacientes apresentam todos esses sintomas vamos ver que a dieta, na maioria das vezes, tem que ser individualizada e em algumas ocasiões temos que buscar alternativas que façam ele se alimentar da maneira mais prazerosa possível.

Em geral o paciente oncológico pode e deve comer todos os alimentos naturais, verduras, legumes, raízes, cereais, grãos e frutas em geral, porque eles são as maiores fontes de fibras, vitaminas, minerais e fitoquímicos, que melhoram o funcionamento do intestino, a absorção de nutrientes e o sistema imune.

Para quem está com o paladar alterado o indicado é uma dieta mais temperada, abusando das ervas, jamais dos temperos industrializados. Uma simples batata ou outra raiz pode se transformar num suflê temperado com orégano ou alecrim e um arroz num delicioso risoto de ervilha ou palmito. O importante é variar a raiz, os grãos e os cereais. A estomatite é mais complicada, porque qualquer alimento ácido que entre em contato com a mucosa tem conseqüências muito dolorosas e aí é que eles se recusam a comer de verdade. Neste caso devemos evitar alimentos excessivamente doces, muito salgados ou ácidos, como extrato de tomate, temperos e molhos industrializados, picantes, chocolate, biscoitos, margarina e tudo que tiver cafeína, como chá, refrigerante e café. Por incrível que pareça os alimentos lácteos são muito ácidos e irritam a mucosa, portanto nada de queijo, leite nem leite condensado. O melhor é comer alimentos de fácil digestão e neutros como chuchu, abóbora, abobrinha, repolho, quiabo, verduras cozidas, purê de cenoura, de inhame, batata baroa, carne moída ou peixe e saladas de folhas. As náuseas e vômitos podem ser contornados com alimentos mais frios e sem gordura. Jamais use margarina na dieta desses pacientes, porque além de serem muito salgadas, são de difícil digestão. Tempere e cozinhe, quando necessário com óleo vegetal ou com azeite de oliva extra-virgem.

O paciente oncológico não gosta muito de escolher o cardápio, portanto não é muito aconselhável fazer aquela pergunta clássica: “o que é que você quer comer hoje?”, porque a resposta será sempre a mesma: “qualquer coisa!” Eu aconselho que as refeições sejam pequenas e freqüentes. Por exemplo: 1 colher de verdura cozida, como brócolis ou espinafre, com carne moída ou peixe grelhado e batatas cozidas com sal, azeite e alecrim. A sobremesa pode ser oferecida 2 horas depois e não é necessário beber sucos, chás nem refrigerantes durante as refeições. É melhor beber somente água e deixar o suco de frutas naturais, jamais industrializado, para mais tarde. Fruta, pudim, doce, sorvete de frutas, iogurte ou outra sobremesa, deve ser oferecida nos intervalos das refeições. Gelatina é outro problema. Todo mundo acha que ela é uma ótima sobremesa para quem está de dieta, mas esquece que o corante pode causar estomatite (aftas). O mesmo ocorre com os sorvetes cremosos e iogurte que além dos corantes têm aromatizantes e acidulantes. Quem quiser comer gelatina vai ter que aprender a preparar uma gelatina caseira, com suco de fruta natural e gelatina sem sabor. A maioria da frutas é bem aceita e com elas pode-se preparar suco, sorvete, doces ou outra sobremesa qualquer. Não existe nenhuma fruta contra indicada e sim as preferidas. Algumas são muito ácidas, e causa muito desconforto, como o abacaxi, kiwi, acerola e maracujá. As melhores frutas são mamão, banana, maçã e pêra, que são deliciosas ao natural ou cozida. Quem tem disfagia, dificuldade de deglutição, deve evitar a dieta líquida, nada de sopa. A dieta mais indicada é a pastosa (amassada com um garfo ou na forma de purê), inclusive os sucos devem ser espessados com gelatina natural ou com outro espessante, pois o engasgo com alimento líquido é mais freqüente. Feijão com arroz pode ser a solução para quase todos os tipos de complicações, além de serem as maiores fontes de fibras, vitaminas e minerais. É uma combinação bem tolerada, e muito nutritiva, assim como sopa bem grossa de ervilha e lentilha.

Para o paciente oncológico não há muita restrição alimentar, o que buscamos é contornar as situações para facilitar a aceitação do alimento, por isso devemos variar os sabores e colorir a dieta a fim de garantir a maior quantidade possível de nutrientes em cada refeição. Nada disso adianta se a pessoa se mantiver isolada durante a refeição. Alimentar-se é mais do que uma necessidade, é um ato de comunhão em torno da mesa. A atenção e o convívio com a família pode resgatar mais depressa o prazer de comer.

Prevenindo a obesidade

Gosto muito de ler os relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS) porque eles me mostram como anda o perfil nutricional das pessoas em todos os países e o risco que elas correm para contrair determinadas doenças. Um dos relatórios alertou para uma epidemia mundial de obesidade no meio deste século. Trabalhos recentes de pesquisadores brasileiros confirmaram que nossos jovens estão bem acima do peso ideal e que daqui a alguns anos seremos um país de obesos e como conseqüência natural, iremos gastar muito mais com a saúde.

Na contramão de todas as estatísticas estão os orientais, que são os que gastam menos com tratamentos de saúde, têm a menor taxa de obesidade e a maior expectativa de vida. A dieta dos orientais é rica em soja, peixes e vegetais. Eles evitam comer pão, biscoitos, queijos, molhos industrializados e gordura animal, tudo o que nós ocidentais adoramos! As porções dos alimentos são menores, servidas em pratos pequenos e cada refeição é um ritual. Eles se alimentam calmamente para não comerem em excesso, enquanto que os brasileiros devoram um prato de cheio de carne em minutos.

Nós perdemos muito tempo diante do fogão. Abusamos das frituras, do arroz, da massa, dos temperos prontos e não sabemos viver sem o queijo. Mal terminamos de comer já estamos pensando na sobremesa, que geralmente é rica em açúcar e gordura hidrogenada. A cozinha oriental é rápida, simples, com alimentos frescos e não processada. Eles fazem somente as três principais refeições e entre elas costumam beber chá em vez de refrigerantes.

Eles têm o saudável hábito de cozinhar no vapor, grelhar ou refogar em fogo baixo. De acordo com a OMS a dieta contém pouca carne, açúcar, gordura hidrogenada, gordura animal e manteiga. Apesar de gostarem de doces, as porções são menores, têm pouco açúcar, não levam creme de leite nem margarina e os doces mais populares são os de feijão, alga, gelatina e farinha de arroz. Se comermos muitos doces e alimentos gordurosos na infância esse hábito irá continuar na idade adulta. Temos muito ainda que aprender com essas civilizações milenares.

Somos um país privilegiado, temos tudo para prevenir uma epidemia de obesidade. Muita fruta, verduras, legumes, nossa costa é enorme, com todos os tipos de animais marinhos. Apesar de termos frutas em abundância a maioria das crianças vai para a escola com um saco de biscoito, sanduíche de queijo, barrinha de cereais, danoninho, achocolatado e raramente levam frutas frescas. Precisamos valorizar nossas frutas, nossos peixes e deixar de lado essa mania de se entupir de frituras e carne vermelha em casa e nas churrascarias. Educar é também ensinar a comer de maneira saudável. Os orientais passam esses ensinamentos de geração para geração e os que migram para outros países e perdem o costume alimentar milenar, geralmente se tornam obesos.

Já está na hora de nos preocuparmos em mudar o estilo de vida e ensinar as crianças a se alimentarem direito, para que não se tornem adultos dependentes de medicamentos para emagrecer. Os países da Europa e os EUA são contrários aos medicamentos inibidores de apetite, porque além de trazerem problemas para a saúde eles causam dependência e evitam que as pessoas adotem hábitos alimentares saudáveis e mudem o estilo de vida. Quem depende destes medicamentos tem um ganho de peso muito maior quando para de consumi-los. A melhor terapia para a obesidade é o exercício físico e a dieta. Precisamos começar agora a prevenir a obesidade na infância! Ainda dá tempo de termos uma geração saudável na metade deste século, basta começar agora a ensinar a comer de maneira saudável em casa, nos colégios e usar os meios de comunicação para alertar sobre os alimentos que curam e os que adoecem as pessoas.

10 de abril de 2012

Quase metade dos brasileiros está acima do peso, indica pesquisa

Estudo divulgado esta quarta (10) pelo Ministério da Saúde indica que o excesso de peso e a obesidade aumentaram no país no período de 2006 a 2011. De acordo com a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), a proporção de pessoas acima do peso no Brasil passou de 42,7% em 2006 para 48,5% em 2011, enquanto o percentual de obesos subiu de 11,4% para 15,8% no mesmo período.

O aumento da obesidade e do excesso de peso atinge tanto a população masculina quanto a feminina. Em 2006, 47,2% dos homens e 38,5% das mulheres estavam acima do peso, enquanto em 2011 as proporções passaram para 52,6% e 44,7%, respectivamente.

Entre os homens, o problema do excesso de peso começa cedo e atinge 29,4% dos que têm entre 18 e 24 anos. Entre homens de 25 a 34 anos, o índice quase dobra, chegando a 55%. Dos 35 aos 45 anos, o percentual é de 63%.

Dados do ministério indicam que o excesso de peso na população brasileira também está ligado a fatores como idade. O envelhecimento, segundo a pasta, tem forte influência nos indicativos – sobretudo femininos. O estudo aponta que 25,4% das mulheres entre 18 e 24 anos está acima do peso. A proporção aumenta para 39,9% entre mulheres de 25 a 34 anos e chega a 55,9% dos 45 aos 54 anos.

Em relação à obesidade, 6,3% dos homens de 18 a 24 anos se encaixam nessa categoria, contra 17,2% dos homens de 25 a 34 anos. Entre as mulheres, 6,9% das que têm de 18 a 24 anos são obesas. O índice quase dobra entre mulheres de 25 a 34 anos (12,4%) e quase triplica entre 35 e 44 anos (17,1%). Após os 45 anos, a frequência da obesidade se mantém estável, atingindo cerca de um quarto da população feminina.

Foram entrevistados 54 mil adultos em todas as capitais do país e no Distrito Federal entre janeiro e dezembro de 2011. De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, o objetivo é acompanhar os hábitos da população brasileira e subsidiar políticas públicas.